Como uma onda

Posted by Giulio 'Bonas' Bonanno | Posted in , , | Posted on 20:15

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O sol brilhava intensamente naquele verão em Cabo Frio. E lá estava Angélica, uma jovem linda, morena dos olhos verdes. Sonhadora e cheia de amigos como qualquer outra adolescente de 14 anos. Naquele momento, estava aproveitando cada minuto de uma viagem, cercada por duas amigas inseparáveis, Bruna e Camila. Um trio formado nos primórdios da infância e que não se desfazia nunca. Estavam dormindo na casa de praia da avó de Angélica e passavam a maior parte do tempo por lá.

Certo dia, enquanto brincavam no mar, as três encontraram um grupo de rapazes da mesma idade que elas. Resolveram caminhar pela praia enquanto se conheciam melhor, e assim descobriram seus nomes – Daniel, Eduardo e Carlos – e que eles também moravam em Belo Horizonte. Durante a conversa, Angélica não parava de fixar seus olhos no rosto de Daniel, o mais tímido deles. Começou a sentir o coração bater mais forte, e estranhou, pois nunca sentira algo assim antes. As duas amigas perceberam, mas deixaram para comentar depois. Aquela caminhada durou a tarde inteira e o grupo havia adquirido bastante afinididade. Ao se despedir de Daniel, Angélica sentiu um aperto no coração. Os garotos foram embora e ela se sentia confusa pelo que estava sentido. Então, Bruna e Camila começaram a falar que ela estava apaixonada por Daniel. Angélica confirmou e acrescentou que nunca tinha visto um sorriso tão bonito quanto o dele, e que só de olhar praquele rosto recém conhecido ela se emocionava. As amigas encorajaram a nova apaixonada e combinaram de marcar um encontro para os dois no dia seguinte.

Angélica acordou ansiosa e logo foi chamar as amigas. Chegando lá, ela procurou Daniel por toda parte. Avistou Eduardo e, antes mesmo de cumprimentá-lo, perguntou por ele. O amigo disse que Daniel havia partido bem cedo por conta de certos imprevistos. Angélica agradeceu e, desacreditada, disse para as amigas que queria ficar sozinha. Começou a andar sem rumo pelo litoral até chegar em uma falésia alta. Sentou embaixo de uma árvore e começou a chorar compulsivamente. Olhava para o mar e pensava até mesmo em se atirar.

O desespero passou, o choro havia cessado e Angélica agora olhava para as ondas que se quebrava nas pedras lá embaixo. Se lembrou dos vários amigos que tinha em Belo Horizonte, das amigas, que deviam estar preocupadas com ela. Pensava também nesse primeiro amor que sentiu, e imaginou os que viriam daqui pra frente. Até perceber que estava fazendo papel de boba ali, sentada. Então ela resolveu voltar, caminhando ao lado do pôr-do-sol e já pensando no que poderia fazer para curtir o dia seguinte. Afinal, depois de sentir algo tão intenso em tão pouco tempo, o que ela mais queria agora era viver.

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